Há um mês, um aluno de Psicologia me pediu para responder algumas perguntas referente ao papel do Psicólogo dentro das empresas. Uma das questões que ele levantou foi: “Quais os desafios para a inserção do Psicólogo na área de Gestão de Pessoas?”
Para responder a essa pergunta, resolvi contar uma estória. (Mineiro adora contar “casos”!) Durante alguns anos, fui Professora de uma Universidade em São Paulo. Cuidava da Supervisão de Estágios dos alunos que optaram no 5º e último ano de faculdade em seguir na área Organizacional. Durante minha aula, a equipe dos alunos que formava o Comitê de Formatura pediu licença para discutir com os colegas o formato do anel de formatura. No meio dessa discussão, um dos alunos do comitê, que tinha optado pelo estágio na área Clínica comentou: “Ah, o anel de formatura dessa turma de Gestão Organizacional deveria ser o Anel de Administrador de Empresas!!!” E assim ficaram por algumas horas nesse tema….
Vejam bem!! Os próprios alunos de Psicologia, que nos próximos dois meses estariam formados, tinham esse prejulgamento com os colegas que decidiram atuar na área de RH. Quando li a questão, me veio na cabeça essa cena. Aí está o primeiro desafio: reconhecer a importância do papel do Psicólogo, também, na área Organizacional e na Gestão de Pessoas. É por meio da atenção a todas as pessoas envolvidas, direta e indiretamente, na cadeia produtiva de uma organização, que as empresas prosperarão.
Humanização do Trabalho! Saber Humano, Fazer Humano (um dos principais valores conduzidos dentro da minha empresa). É trazer para dentro das empresas a segurança psicológica. Esse papel não é só do Psicólogo e sim de toda a liderança da empresa, pois segurança psicológica diz respeito a um ambiente detentor de um clima no qual as pessoas se sintam confortáveis para expressarem as suas opiniões, compartilharem experiências e ideias. Dessa forma, um dos papéis desse líder é deixar o ambiente organizacional preparado para que todos se coloquem e se sintam tranquilos e seguros diante de outros colaboradores da empresa. Na nossa formação acadêmica, aprendemos a ter esse olhar, a desenvolver a escuta ativa, saber ser empáticos e a compreender os medos que chegam a paralisar as pessoas diante de barreiras e/ou opiniões divergentes. E isso me remete a mais um desafio nos moldes atuais para essa liderança em tempos de pandemia: como criar segurança psicológica em um ambiente remoto? Gerando proximidade com seus liderados. Criando ambientes saudáveis. Exercitando a escuta ativa, deixando com que as pessoas se posicionem e possam expressar o que pensam. A tecnologia está aí para nos ajudar, mas ela é um meio para atingirmos o que precisamos. Com mais tecnologia, teremos mais tempo para as pessoas. Ouvir mais, acompanhar e dar motivos no ambiente para as pessoas partirem para as ações. Enquanto líderes , o legado que podemos deixar é a nossa capacidade de empatia, proximidade, alinhamento de objetivos, constância e bons exemplos em nossas ações e reações. Ser guardião e agente transformador para um ambiente saudável e alinhado ao propósito, cultura e valores pregados são elos fundamentais para a verdadeira conexão com todos. Conhecer bem a sua equipe e criar um ambiente favorável para seu crescimento e realização pessoal e profissional!
Quem está conosco nessa jornada que será de uma vida inteira?